Ao falar da Teologia do Tempo, tenho como referencial a revelação de Deus, mas tomando o tempo não apenas como "temporal" mas como um construto teológico, tal como pecado, morte, santificação, justificação, eleição, salvação, enfim. Precisamos, portanto, "olhar" para o Tempo não somente como um "recipiente" do Advento, mas como "componente" do Advento; com isto, entre outras coisas, direcionamos o olhar sobre a manifestação de Deus que se revela dentro do texto bíblico; e, dentro desse texto bíblico, como texto histórico, tem a narrativa do advento essencial desenhado ao longo do tempo. Chamo, pois, de advento essencial a encarnação de Jesus. Mas a encarnação de Cristo é o Advento Essencial não porque está escrito, mas porque é Ato Constituído de Deus no tempo. Assim, podemos dizer que o Verbo é Tempo.
O Tempo é componente do Advento. Ao celebrarmos a encarnação de Cristo, não estamos apenas fazendo uma expressão litúrgica num tempo que "passa", mas interagindo com o tempo que se manifesta, na expressão sublime do Verbo que se fez carne, onde ele, o tempo, é plenificado (Gálatas 4:4) e o Reino de Deus é anunciado (Marcos 1:15).